
O texto que segue foi por mim escrito no auge da revolta contra minha própria espécie!! Favor levar em consideração minha tenra idade e falta de maturidade... sou a mesma desse texto, porém, com a carcaça mais endurecida e com novos métodos de protesto!! Viva la revolution!!
O DIREITO À VIDA
Inspirada nas ideias de A revolução dos bichos, de George Orwell, e em minhas próprias, escrevo esta história fictícia, que desejo sinceramente que aconteça.
Certa vez, no ano de 2080, os seres vivos, excluídos os seres humanos, é óbvio, receberam de um ente superior a capacidade de articular pensamentos por um tempo determinado, o que lhes permitiu dar início a uma organização coerente. A partir de então, cachorros, gatos, galinhas, cavalos, pássaros, onças, bois, vacas, ovelhas, porcos, patos, ratos, moscas, formigas, leões, jacarés, macacos, preguiças, girafas, ursos, cangurus, peixes, cobras, lagartos, sapos, minhocas, avestruzes, besouros, lagartas, aranhas, morcegos, baratas, grilos, hienas, zebras, cupins, joaninhas, jaguatiricas, lagartixas, antas, pulgas, carrapatos, ornitorrincos, lobos, elefantes, emas, borboletas, castores, veados, linces, morsas, panteras, guaxinins, cabritos, urubus, tartarugas, polvos, hipopótamos, búfalos, lesmas, ariranhas, corujas, pirilampos, vaga-lumes, ostras, camarões, leões-marinhos, coelhos, crocodilos, aves de rapina, tubarões, varejeiras, perus, baleias, gambás, animais utilizados em experiências e todos os répteis, moluscos, artrópodes, mamíferos, aves, vertebrados e invertebrados, algas, bichos com ou sem anexos córneos, fauna e flora, árvores milenares e recém plantadas, plantas de vaso, carrapichos e vermes, revoltaram-se contra a espécie (“especiesinha” medíocre) humana. “Ops”, me esqueci que os vermes não valem, pois eles já vêm exercendo seu papel brilhantemente, consumindo carne humana, lentamente.
Com isso, começaram a protestar e levantar alguns argumentos que incriminassem os humanos e eu vou citar apenas alguns exemplos: os cachorros (as), cansaram de passar frio e fome, de serem espancados violentamente, de ficarem presos a vida toda sem haver cometido nenhum crime e de serem abandonados por seus “donos” quando envelhecem ou ficam doentes, quando têm cria ou estão prenhes. Além disso, estão cansados de ser o prato principal dos chineses malucos.
Os gatos cansaram de ser atropelados por estúpidos que acham que carros ou motos lhes dão mais poder e também de levar vassouradas quando procuram comida para saciar sua fome, assim como os tubarões enjoaram de levar pauladas por procurarem alimentos em locais “impróprios” devido à deficiência em que se encontra o ecossistema. Vacas, bois, porcos, galinhas, avestruzes, búfalos, coelhos e perus, cansaram de ser engordados apenas com a finalidade de ser abatidos e de emprestarem sua pele, penas, ovos e leite para o consumo humano.
Peixes, baleias, camarões, polvos e ostras enjoaram de doarem suas vidas para se tornar pratos caros e exaltar o ego do homem. Os artrópodes e os pequenos insetos decidiram morar nos ouvidos dos homens sem pagar aluguel.
Cavalos cansaram da escravidão e das chicotadas, elefantes decidiram não mais morrer por seu marfim, passarinhos cansaram de sofrer em gaiolas e de levar pedradas de moleques idiotas que merecem levar uma grande surra. Os ratos, principalmente os de laboratório, assim como todos os animais utilizados em experiências, decidiram fugir a doar sua saúde para teste de cosméticos, remédios e outras experiências estúpidas que levam nada a lugar nenhum. Ah, isso sem contar os animais clonados, que envelhecem rápido e morrem cheios de deficiências que os homens criam e não conseguem curar.
Os perus decidiram furar os olhos das peruas humanas, de forma que elas não mais pudessem se adorar à frente do espelho e achar que o mundo gira entorno de seu próprio umbigo. As borboletas desejaram não mais ser colecionadas. Os morcegos se cansaram da fama ridícula de seres do mau e resolveram explicar que apenas algumas de suas espécies consomem sangue, já que a grande maioria gosta de frutinhas. Os cupins decidiram se unir e destruir todos os bonitos móveis feitos a partir do sofrimento das árvores.
Jacarés e onças cansaram de virar bolsa, sapato e casaco. Minhocas decidiram não mais ser isca, tartarugas cansaram de doar seus cascos, veados enjoaram de terem suas cabeças expostas como enfeites de parede e leões-marinhos decidiram que não queriam ser extintos como foram os tigres-dente-de-sabre. Isso sem contar as plantas de vaso, que optaram por sua liberdade e as árvores, que cansaram de sangrar ao som de serrotes e serras elétricas.
Estes exemplos são ínfimos frente às barbaridades cometidas pelos seres humanos, que não são capazes de respeitar nem mesmo sua própria espécie, que o digam os palestinos ou os brasileiros torturados durante a ditadura militar no país.
Bom, voltando à revolução, digo-lhes que os bichos (repetindo, excetuando a espécie humana), deram início a uma manifestação lenta e gradual (assim como o processo abolicionista no Brasil, que deixou os ex-escravos ao deus-dará). Aos poucos, o número de adeptos cresceu e, devido à sabedoria dos bichos, eles até aceitaram para lutar ao seu lado alguns seres humanos, que haviam dedicado suas vidas em prol da natureza e dos animais.
Por sorte ou por merecimento minha reencarnação foi convocada para a guerra, o que a deixou muito orgulhosa e satisfeita.
Quando o número de combatentes era grande o suficiente para exterminar a maldade do mundo a guerra começou. Mas não pensem vocês que os bichos agiram da mesma forma que os seres humanos maus, assim como em A revolução dos bichos, quer dizer, utilizando-se da tirania, humilhando e destruindo aquilo que todo ser vivo tem direito, A VIDA. Eles não mataram ninguém, apenas plantaram em suas mentes a semente do amor, da paz, da dignidade e do respeito por tudo o que tem VIDA. Além disso, conseguiram apagar da memória dos seres humanos maus toda a racionalidade e senso de superioridade que não sabemos quem os ensinou.
CONCLUSÃO: destruída a tão venerada racionalidade e libertados os extintos naturais, a harmonia voltou a reinar no planeta Terra, lugar onde apenas se mata para comer e se nasce par VIVER.
Adriana Machado Dias
01/06/2004
Inspirada nas ideias de A revolução dos bichos, de George Orwell, e em minhas próprias, escrevo esta história fictícia, que desejo sinceramente que aconteça.
Certa vez, no ano de 2080, os seres vivos, excluídos os seres humanos, é óbvio, receberam de um ente superior a capacidade de articular pensamentos por um tempo determinado, o que lhes permitiu dar início a uma organização coerente. A partir de então, cachorros, gatos, galinhas, cavalos, pássaros, onças, bois, vacas, ovelhas, porcos, patos, ratos, moscas, formigas, leões, jacarés, macacos, preguiças, girafas, ursos, cangurus, peixes, cobras, lagartos, sapos, minhocas, avestruzes, besouros, lagartas, aranhas, morcegos, baratas, grilos, hienas, zebras, cupins, joaninhas, jaguatiricas, lagartixas, antas, pulgas, carrapatos, ornitorrincos, lobos, elefantes, emas, borboletas, castores, veados, linces, morsas, panteras, guaxinins, cabritos, urubus, tartarugas, polvos, hipopótamos, búfalos, lesmas, ariranhas, corujas, pirilampos, vaga-lumes, ostras, camarões, leões-marinhos, coelhos, crocodilos, aves de rapina, tubarões, varejeiras, perus, baleias, gambás, animais utilizados em experiências e todos os répteis, moluscos, artrópodes, mamíferos, aves, vertebrados e invertebrados, algas, bichos com ou sem anexos córneos, fauna e flora, árvores milenares e recém plantadas, plantas de vaso, carrapichos e vermes, revoltaram-se contra a espécie (“especiesinha” medíocre) humana. “Ops”, me esqueci que os vermes não valem, pois eles já vêm exercendo seu papel brilhantemente, consumindo carne humana, lentamente.
Com isso, começaram a protestar e levantar alguns argumentos que incriminassem os humanos e eu vou citar apenas alguns exemplos: os cachorros (as), cansaram de passar frio e fome, de serem espancados violentamente, de ficarem presos a vida toda sem haver cometido nenhum crime e de serem abandonados por seus “donos” quando envelhecem ou ficam doentes, quando têm cria ou estão prenhes. Além disso, estão cansados de ser o prato principal dos chineses malucos.
Os gatos cansaram de ser atropelados por estúpidos que acham que carros ou motos lhes dão mais poder e também de levar vassouradas quando procuram comida para saciar sua fome, assim como os tubarões enjoaram de levar pauladas por procurarem alimentos em locais “impróprios” devido à deficiência em que se encontra o ecossistema. Vacas, bois, porcos, galinhas, avestruzes, búfalos, coelhos e perus, cansaram de ser engordados apenas com a finalidade de ser abatidos e de emprestarem sua pele, penas, ovos e leite para o consumo humano.
Peixes, baleias, camarões, polvos e ostras enjoaram de doarem suas vidas para se tornar pratos caros e exaltar o ego do homem. Os artrópodes e os pequenos insetos decidiram morar nos ouvidos dos homens sem pagar aluguel.
Cavalos cansaram da escravidão e das chicotadas, elefantes decidiram não mais morrer por seu marfim, passarinhos cansaram de sofrer em gaiolas e de levar pedradas de moleques idiotas que merecem levar uma grande surra. Os ratos, principalmente os de laboratório, assim como todos os animais utilizados em experiências, decidiram fugir a doar sua saúde para teste de cosméticos, remédios e outras experiências estúpidas que levam nada a lugar nenhum. Ah, isso sem contar os animais clonados, que envelhecem rápido e morrem cheios de deficiências que os homens criam e não conseguem curar.
Os perus decidiram furar os olhos das peruas humanas, de forma que elas não mais pudessem se adorar à frente do espelho e achar que o mundo gira entorno de seu próprio umbigo. As borboletas desejaram não mais ser colecionadas. Os morcegos se cansaram da fama ridícula de seres do mau e resolveram explicar que apenas algumas de suas espécies consomem sangue, já que a grande maioria gosta de frutinhas. Os cupins decidiram se unir e destruir todos os bonitos móveis feitos a partir do sofrimento das árvores.
Jacarés e onças cansaram de virar bolsa, sapato e casaco. Minhocas decidiram não mais ser isca, tartarugas cansaram de doar seus cascos, veados enjoaram de terem suas cabeças expostas como enfeites de parede e leões-marinhos decidiram que não queriam ser extintos como foram os tigres-dente-de-sabre. Isso sem contar as plantas de vaso, que optaram por sua liberdade e as árvores, que cansaram de sangrar ao som de serrotes e serras elétricas.
Estes exemplos são ínfimos frente às barbaridades cometidas pelos seres humanos, que não são capazes de respeitar nem mesmo sua própria espécie, que o digam os palestinos ou os brasileiros torturados durante a ditadura militar no país.
Bom, voltando à revolução, digo-lhes que os bichos (repetindo, excetuando a espécie humana), deram início a uma manifestação lenta e gradual (assim como o processo abolicionista no Brasil, que deixou os ex-escravos ao deus-dará). Aos poucos, o número de adeptos cresceu e, devido à sabedoria dos bichos, eles até aceitaram para lutar ao seu lado alguns seres humanos, que haviam dedicado suas vidas em prol da natureza e dos animais.
Por sorte ou por merecimento minha reencarnação foi convocada para a guerra, o que a deixou muito orgulhosa e satisfeita.
Quando o número de combatentes era grande o suficiente para exterminar a maldade do mundo a guerra começou. Mas não pensem vocês que os bichos agiram da mesma forma que os seres humanos maus, assim como em A revolução dos bichos, quer dizer, utilizando-se da tirania, humilhando e destruindo aquilo que todo ser vivo tem direito, A VIDA. Eles não mataram ninguém, apenas plantaram em suas mentes a semente do amor, da paz, da dignidade e do respeito por tudo o que tem VIDA. Além disso, conseguiram apagar da memória dos seres humanos maus toda a racionalidade e senso de superioridade que não sabemos quem os ensinou.
CONCLUSÃO: destruída a tão venerada racionalidade e libertados os extintos naturais, a harmonia voltou a reinar no planeta Terra, lugar onde apenas se mata para comer e se nasce par VIVER.
Adriana Machado Dias
01/06/2004
Ótima história, curti muito, valeu!!
ResponderExcluirquem sabe até 2080... nem falta tanto tempo assim, né?
ResponderExcluir2080... estarei com 99 anos... tomara que eu possa viver para ver!
ResponderExcluirtomara... uma jovem e revolucionária senhora
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