segunda-feira, 10 de agosto de 2009

SUBVERSIVO ATÉ DEBAIXO DA TERRA


Deixe a dúvida no ar... espero não ter que voltar para o mundo dos vivos para tirar essa história a limpo... assim, estaria subvertendo a ordem da morte!! Quer saber, viva a subversão!

domingo, 9 de agosto de 2009

Fonte histórica intrigante:

Fac-símile (será?) de caderneta de Luís Carlos Prestes, no arquivo do Delegacia de Ordem Política e Social:

http://www.arquivoestado.sp.gov.br/docdesc.php?id=4

O documento que ora colocamos “em destaque” pertence a um importante fundo documental do Arquivo Público do Estado: DEOPS – Delegacia de Ordem Política e Social. Trata-se de reprodução eletrostática, produzida pela própria polícia política, do primeiro volume das dezenove cadernetas escritas por Luiz Carlos Prestes e apreendidas em sua própria residência, no ano de 1964. Juntas, somam 3.426 páginas. Essas cadernetas foram consideradas “a prova mais importante” para o indiciamento de 74 pessoas denominadas “subversivas” pelo Supremo Tribunal Militar. Nas cadernetas constam nomes de políticos brasileiros, comunistas e relatos das atividades desenvolvidas pelo Partido Comunista do Brasil - PCB. A investigação dessa documentação resultou em inquérito de dez volumes, sendo que as cópias das cadernetas foram anexadas ao processo. As páginas 122 a 125 da caderneta não foram reproduzidas por estarem em branco.

Observação: No acervo DEOPS de São Paulo não foi localizada a documentação original. Para mais informações sobre o tema, ver os documentos: prontuário 489 e dossiê 30-Z-9, pastas 16 a 33.

PS: E por falar em saudade:

http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2042/artigo119739-1.htm

A volta de cabo anselmo como cidadão
O marinheiro que desafiou os militares, se tornou um dos mais polêmicos agentes da repressão e vive na clandestinidade há 44 anos ganha ação na Justiça que obriga a União a lhe
devolver a identidade e os direitos civis

         

sábado, 8 de agosto de 2009

O DIREITO À VIDA


O texto que segue foi por mim escrito no auge da revolta contra minha própria espécie!! Favor levar em consideração minha tenra idade e falta de maturidade... sou a mesma desse texto, porém, com a carcaça mais endurecida e com novos métodos de protesto!! Viva la revolution!!


O DIREITO À VIDA

Inspirada nas ideias de A revolução dos bichos, de George Orwell, e em minhas próprias, escrevo esta história fictícia, que desejo sinceramente que aconteça.
Certa vez, no ano de 2080, os seres vivos, excluídos os seres humanos, é óbvio, receberam de um ente superior a capacidade de articular pensamentos por um tempo determinado, o que lhes permitiu dar início a uma organização coerente. A partir de então, cachorros, gatos, galinhas, cavalos, pássaros, onças, bois, vacas, ovelhas, porcos, patos, ratos, moscas, formigas, leões, jacarés, macacos, preguiças, girafas, ursos, cangurus, peixes, cobras, lagartos, sapos, minhocas, avestruzes, besouros, lagartas, aranhas, morcegos, baratas, grilos, hienas, zebras, cupins, joaninhas, jaguatiricas, lagartixas, antas, pulgas, carrapatos, ornitorrincos, lobos, elefantes, emas, borboletas, castores, veados, linces, morsas, panteras, guaxinins, cabritos, urubus, tartarugas, polvos, hipopótamos, búfalos, lesmas, ariranhas, corujas, pirilampos, vaga-lumes, ostras, camarões, leões-marinhos, coelhos, crocodilos, aves de rapina, tubarões, varejeiras, perus, baleias, gambás, animais utilizados em experiências e todos os répteis, moluscos, artrópodes, mamíferos, aves, vertebrados e invertebrados, algas, bichos com ou sem anexos córneos, fauna e flora, árvores milenares e recém plantadas, plantas de vaso, carrapichos e vermes, revoltaram-se contra a espécie (“especiesinha” medíocre) humana. “Ops”, me esqueci que os vermes não valem, pois eles já vêm exercendo seu papel brilhantemente, consumindo carne humana, lentamente.
Com isso, começaram a protestar e levantar alguns argumentos que incriminassem os humanos e eu vou citar apenas alguns exemplos: os cachorros (as), cansaram de passar frio e fome, de serem espancados violentamente, de ficarem presos a vida toda sem haver cometido nenhum crime e de serem abandonados por seus “donos” quando envelhecem ou ficam doentes, quando têm cria ou estão prenhes. Além disso, estão cansados de ser o prato principal dos chineses malucos.
Os gatos cansaram de ser atropelados por estúpidos que acham que carros ou motos lhes dão mais poder e também de levar vassouradas quando procuram comida para saciar sua fome, assim como os tubarões enjoaram de levar pauladas por procurarem alimentos em locais “impróprios” devido à deficiência em que se encontra o ecossistema. Vacas, bois, porcos, galinhas, avestruzes, búfalos, coelhos e perus, cansaram de ser engordados apenas com a finalidade de ser abatidos e de emprestarem sua pele, penas, ovos e leite para o consumo humano.
Peixes, baleias, camarões, polvos e ostras enjoaram de doarem suas vidas para se tornar pratos caros e exaltar o ego do homem. Os artrópodes e os pequenos insetos decidiram morar nos ouvidos dos homens sem pagar aluguel.
Cavalos cansaram da escravidão e das chicotadas, elefantes decidiram não mais morrer por seu marfim, passarinhos cansaram de sofrer em gaiolas e de levar pedradas de moleques idiotas que merecem levar uma grande surra. Os ratos, principalmente os de laboratório, assim como todos os animais utilizados em experiências, decidiram fugir a doar sua saúde para teste de cosméticos, remédios e outras experiências estúpidas que levam nada a lugar nenhum. Ah, isso sem contar os animais clonados, que envelhecem rápido e morrem cheios de deficiências que os homens criam e não conseguem curar.
Os perus decidiram furar os olhos das peruas humanas, de forma que elas não mais pudessem se adorar à frente do espelho e achar que o mundo gira entorno de seu próprio umbigo. As borboletas desejaram não mais ser colecionadas. Os morcegos se cansaram da fama ridícula de seres do mau e resolveram explicar que apenas algumas de suas espécies consomem sangue, já que a grande maioria gosta de frutinhas. Os cupins decidiram se unir e destruir todos os bonitos móveis feitos a partir do sofrimento das árvores.
Jacarés e onças cansaram de virar bolsa, sapato e casaco. Minhocas decidiram não mais ser isca, tartarugas cansaram de doar seus cascos, veados enjoaram de terem suas cabeças expostas como enfeites de parede e leões-marinhos decidiram que não queriam ser extintos como foram os tigres-dente-de-sabre. Isso sem contar as plantas de vaso, que optaram por sua liberdade e as árvores, que cansaram de sangrar ao som de serrotes e serras elétricas.
Estes exemplos são ínfimos frente às barbaridades cometidas pelos seres humanos, que não são capazes de respeitar nem mesmo sua própria espécie, que o digam os palestinos ou os brasileiros torturados durante a ditadura militar no país.
Bom, voltando à revolução, digo-lhes que os bichos (repetindo, excetuando a espécie humana), deram início a uma manifestação lenta e gradual (assim como o processo abolicionista no Brasil, que deixou os ex-escravos ao deus-dará). Aos poucos, o número de adeptos cresceu e, devido à sabedoria dos bichos, eles até aceitaram para lutar ao seu lado alguns seres humanos, que haviam dedicado suas vidas em prol da natureza e dos animais.
Por sorte ou por merecimento minha reencarnação foi convocada para a guerra, o que a deixou muito orgulhosa e satisfeita.
Quando o número de combatentes era grande o suficiente para exterminar a maldade do mundo a guerra começou. Mas não pensem vocês que os bichos agiram da mesma forma que os seres humanos maus, assim como em A revolução dos bichos, quer dizer, utilizando-se da tirania, humilhando e destruindo aquilo que todo ser vivo tem direito, A VIDA. Eles não mataram ninguém, apenas plantaram em suas mentes a semente do amor, da paz, da dignidade e do respeito por tudo o que tem VIDA. Além disso, conseguiram apagar da memória dos seres humanos maus toda a racionalidade e senso de superioridade que não sabemos quem os ensinou.
CONCLUSÃO: destruída a tão venerada racionalidade e libertados os extintos naturais, a harmonia voltou a reinar no planeta Terra, lugar onde apenas se mata para comer e se nasce par VIVER.

Adriana Machado Dias
01/06/2004

quarta-feira, 5 de agosto de 2009


Construção de uma ponte sobre o Rio Tibagi em 1935.

Esta imagem foi obtida do blog do professor José Carlos Neves Lopes "A COMPANHIA FERROVIÁRIA SÃO PAULO-PARANÁ (1923-1944)"

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Algumas ilustraçoes interessantes de Angelo Agostini:


Versão tipuniquim de Dom Quixote e Sancho Pança


...e sua versão do Guarani

História de Angelo Agostini


Angelo Agostini nasceu em Vercelli, no Piemonte, Itália, em 1843.
Passou a infância e a adolescência em Paris, chegando em 1859 a São Paulo em companhia da mãe, uma cantora lírica viúva, Agostini tinha 16 anos.
Desenhista nato e pintor de formação profissional, estudou na École et Arts em Paris, tendo iniciado sua carreira como desenhista na revista que ele próprio fundou com 21 anos de idade, chamada O Diabo Coxo, em 1864.



No ano de 1866, já prestava colaboração na revista O Cabrião, periódico muito conhecido naquele tempo. Nestes periódicos, ilustrou acontecimentos importantes da época,com suas famosas “reportagens visuais”, fez caricaturas e charges, que foi sua maior arma de contestação, assim como ilustrou capas e logotipos destas revistas.
(A participação política da Angelo Agostini, como na Guerra do Paraguai e no processo de Abolição da escravatura no país serão abordados por mim em outros posts)

Em 1867 fez sua primeira história ilustrada ou história em quadrinhos, onde imagem e texto conduziam a narrativa, e existia um personagem fixo.
Neste mesmo ano, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começa a ilustrar as revistas O Arlequim, A Vida Fluminense e O Mosquito. Monteiro Lobato afirmou que Angelo Agostini, ao chegar no Rio de Janeiro,


Desembarcou com uma pedra litográfica a tiracolo e muita coragem no coração. Olhou em torno e viu pouco mais que um vasto haras, onde se caldeavam raças. Havia a mucama, a mulatinha, o negro do eito, o feitor, o fazendeiro escravista, o Jornal do Commercio, dois partidos políticos, o Instituto Histórico e um neto de Marco Aurélio (D. Pedro II) pelas cumeadas a estudar o planeta Vênus por uma luneta astronônica.
LOBATO, Monteiro. “A caricatura no Brasil”. In. Idéias de Jeca Tatu. Rio de Janeiro, 1922.

Em 1876 funda a Revista Ilustrada, atuando como desenhista, editor e jornalista. Tratava-se de uma publicação semanal de oito páginas, que manteve circulação por dezenove anos, até 1895. Foi, para a época, um sucesso estrondoso, rivalizando em tiragens com os jornais diários do período, inclusive, sendo a primeira revista a ter um sistema de assinaturas com mais de 4.000 assinantes. Esta revista ou jornal satírico foi talvez o mais regular e de maior sucesso do século XIX, e representa uma das principais fontes históricas e iconográficas daquele período.

Sua primeira história com personagem fixo apareceu na Vida Fluminense, no dia trinta de janeiro de 1869, denominada As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte, Nhô-Quim é um personagem nacionalista, criador de encrencas, vivendo á margem da corte, mas não à margem das elites da época. Desajustado, mete-se em confusões prosaicas, sendo um caipira rico que vai passear na corte, passa a tecer uma sucessão de críticas irreverentes aos problemas urbanos, modismos, costumes sociais e políticos da época.

No dia vinte e sete de janeiro de 1883, no número 331 de sua Revista Ilustrada, é publicada As Aventuras de Zé Caipora, que, juntamente com Nhô Quim, é considerado um dos primeiros personagens que, semanalmente aparecia em uma história inédita, característica essencial das historias em quadrinhos, ou comic strips, como são chamadas pelos norte-americanos. Zé Caipora é um azarado, o próprio nome “caipora” vem da crença dos caçadores do sertão brasileiro que retornavam sem nenhuma caça pelo fato de terem visto o Caipora do folclore caboclo.



Nas historias são narradas as desventuras de um anti-herói que viaja para o interior e acaba sendo preso por uma tribo dos Mundurucu-Açu e depois foge com uma bela índia da tribo chamada Inaiá.

No ano de 1895, continua publicando As Aventuras de Zé Caipora na revista Dom Quixote. Terminada as publicações na revista Dom Quixote, passa a trabalhar na editora O Malho, que lança no dia onze de outubro de 1905, a primeira revista de histórias em quadrinhos voltada para o público infantil, O Tico-Tico. Nesta revista, Angelo Agostini foi o responsável pela criação do logotipo, que permaneceu o mesmo até sua última publicação.



A Tico-Tico sobreviveu até 1956, trazendo em seu conteúdo criação de enorme sucesso de Luiz Sá : Réco-Réco, Bolão e Azeitona, famosos desenhistas brasileiros, como J. Carlos, Alfredo Storni e Calixto também desenharam e criaram personagens memoráveis na revista O Tico-Tico.

Nas primeiras publicações da revista, os desenhistas brasileiros copiavam os originais norte americanos em papel vegetal, coloriam e inseriam os textos traduzidos das personagens Buster Brown and Tige de Richard Outcault, rebatizados respectivamente, Chiquinho e Jagunço. Estas cópias fizeram sucesso por muito tempo no Brasil.

Desta forma, a obra de Angelo Agostini pode ser comparada como uma resenha completa do Segundo Reinado sob forma de ilustrações, pois os acontecimentos cruciais do país neste período, passam pelos desenhos dele, que eram publicados nas páginas da Vida Fluminense, d´O Mosquito, da Revista Ilustrada e de Dom Quixote.

O estudioso da caricatura Herman Lima comparou Angelo Agostini a Rugendas e Debret.

Parece desproporcional a comparação, mas examinando com atenção os desenhos de Agostini podemos ver o cenário de uma nação em formação e também as características de uma sociedade, elementos que observamos nas obras de Rugendas que também retratam a sua época.
Seu trabalho em prol da campanha abolicionista e seu engajamento na questão republicana, mostram seu interesse pelos ideais liberais, muito difundidos no Segundo Reinado. No entanto, uma grande diferença entre Agostini e os demais abolicionistas, era o domínio das técnicas de ilustração que ele tinha, levando informações a cerca de 80% de analfabetos do país que com suas ilustrações compreendiam melhor os acontecimentos políticos e sociais do país. Dessa forma ele nos mostra também, que pode-se fazer quadrinhos que tratam de temas não-infantis, como acontece muito atualmente, (mais da metade dos quadrinhos produzidos no mundo são direcionados ao público jovem e adulto).

Suas imagens tinham um teor pedagógico, com indicações caricaturais da sociedade: através do humor, ridicularizava a figura do Imperador D. Pedro II, do clero e dos políticos mais influentes. Assim como denunciava as atrocidades cometidas contra os escravos, publicadas, principalmente, pela Revista Ilustrada.
D. Pedro II era um de seus principais alvos, (o que era muito perigoso), Agostini envolvia o monarca em tramas cômicas onde era tratado com extrema irreverência, como na famosa charge onde Souza Dantas, seu conselheiro, derruba-o do trono.

Republicano e abolicionista, comemorou na Revista Ilustrada a Lei Áurea em 1888 e a Proclamação da República em 1889, passando respeitar bem mais em suas caricaturas marechal Deodoro, do que fez com o imperador então deposto.

Com a Revista Ilustrada sua audiência era quase nacional, portanto as elites do Rio de Janeiro e de todas as províncias, ansiosas com as notícias da corte procuravam este jornal, que cativou o público sedento pela crônica ilustrada dos acontecimentos correntes da capital, cujos protagonistas só a Revista permitia visualizar, e manteve para os leitores, muitas vezes distantes da corte, uma ilusão de participação da vida nacional.

Agostini foi, portanto, no Segundo Império, o maior caricaturista, desenhista de retratos e alegorias, autor de personagens heróicos e de reportagens ilustradas, articulista batalhador das causas democráticas e abolicionistas.
Estas denúncias e sátiras lhe renderam muitas críticas e hostilidades, sofrendo ameaças e pressões. Mas não parecia intimidado, como declarou no editorial do n.1 da Revista Ilustrada: “Falar a verdade, sempre a verdade, ainda que por isso, me caia algum dente”. Agostini morreu em 1910, aos 66 anos.

domingo, 2 de agosto de 2009

Texto interessante sobre como abordar os temas religião/religiosidade/poder da religião/tradição religiosa na sala de aula:

http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n27/n27a12.pdf

O capítulo "Religião" (pág. 187) é ótimo!!!